sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Atentado no Brasil


É cada vez mais ampla e escancarada a associação dos partidos golpistas (PSDB e PFL) e grupos radicais de extrema-direita. Skinheads participaram de atos contra o governo Lula em São Paulo, no último domingo. No Rio de Janeiro, grupos anti-desarmamento se uniram a militantes do PSDB numa manifestação para pedir a deposição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 21 de Junho, um grupo para-militar agrediu o repórter da Rede Globo Lucio Sturm na frente da sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo. Os profissionais de apoio Gilmario Batista e Marçal Araújo também foram espancados. A idéia é instaurar um clima de conflito e vincular o Partido dos Trabalhadores à violência.

A violência passou a fazer parte do golpe, com ações públicas de provocação.

Senador Magalhães e o assassinato do filho


Como imaginado, recebemos e-mail do gabinete do senador Antonio Carlos Magalhães com um pedido de esclarecimentos sobre reportagem publicada no boletim número 1 do Jibra, referente ao assassinato de Luís Eduardo Magalhães. Depois de algumas tratativas virtuais, fornecemos um telefone no País de Gales. Recebemos a ligação, conforme combinado (tel. 61 – 311-2192), na quarta-feira, às 14 h (horário de Greenwich). O contato durou cerca de 13m01s e nos surpreendeu. Aparentemente, o assessor do velho parlamentar (que se apresentou como Orlando) já tinha conhecimento de vários detalhes do homicídio. Contribuímos no que foi possível. Ao final do contato, Orlando advertiu que o processo para apurar as denúncias deverá ser aberto em outra ocasião. Segundo ele, “Lula está para cair e Luís Eduardo pode esperar mais um pouco”.

Senador Arthur Virgílio e a prostituição infantil no Amazonas

Conforme esperado, recebemos uma série de denúncias referentes à participação do senador Arthur Virgílio (PSDB) no esquema de exploração de menores no Amazonas. Uma certa Mafalda no escreveu por uma conta do hotmail narrando as visitas de Virgílio a vários bordéis nas proximidades de Manaus. Segundo ela, de fato, o político tucano é um apreciador de “ararinhas jovens”. Mafalda, que afirma ter sido uma garota de programa dos 14 até os 22 anos, afirma que Virgílio mantinha contatos freqüentes com Dilcilane de Albuquerque Amorim, a Dil, uma conhecida aliciadora de menores da região.

Outro e-mail, enviado pela assistente social “Vilma”, afirma que Virgílio e Omar Aziz (vice-governador do Estado, do PFL) mantinham relacionamento de amizade com Darclei Cristina, uma conhecida cafetina de Manaus. De acordo com Vilma, o caso envolvendo o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Benício Tavares, tem a participação de Virgílio e Omar. “Eles é que convidavam o povo de Brasília e de São Paulo para brincar de boto com as mocinhas. Era um jeito de agradar os amigos lá do Sul”, escreveu. Tavares participou de uma orgia com quatro adolescentes a bordo do iate Amazonian, num passeio entre Manaus e Barcelos (AM). Em depoimento à delegada Maria das Graças da Silva, titular da Delegacia Especializada de Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente, várias meninas confirmaram a participação de Tavares no festim erótico. Embora houvesse provas do crime, a Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu arquivar o processo de cassação de seu presidente.

O Jibra sugere ao nobre senador Virgílio que esclareça ao povo brasileiro suas ligações como o grupo que promovia passeios de pesca até Barcelos. Também seria interessante que prestasse algum auxílio às famílias das meninas que morreram no naufrágio do barco Princesa Laura. Afinal, retornavam a Manaus depois de prestar serviços a importantes empresários e políticos da impoluta oposição. Foram vítimas de “acidente de trabalho”.

Alberto “Gol-de-mão”

Um dos e-mails recebidos fazia um justo protesto: entre os artífices do golpe, havia um esquecido, o nobre deputado Alberto Goldman, do PSDB paulista. Portanto, fazemos nosso mea culpa enquanto é possível. O parlamentar é adepto do “se não vai no jeito, vai na força”. É protagonista de uma das maiores farsas da história brasileira. Como relator da CPI do Proer, defendeu a tese de que a ajuda às inst financeiras era “inevitável”. Foi mestre ao encobrir todas as irregularidades cometidas pelo governo de FHC para dar suporte aos banqueiros falidos.

Criminosamente, o relatório final da comissão não apontou uma série de fraudes cometidas pelos bancos Nacional e Econômico. À boca pequena, afirma-se que “gol-de-mão” recebeu pelo menos cerca de R$ 2,5 milhão para poupar o governo tucano e os bancos privados.

Gold (ouro) Man (homem).

O Jornal do Brasil e os traficantes cariocas

Numa época de cinismo e hipocrisias, tornam-se redundantes o cinismo e a hipocrisia denunciados pela pena vigorosa de Augusto Nunes, capitão do Jornal do Brasil, o JB. Nunes é daqueles paladinos justiceiros, marketeiros dos atributos que julgam possuir, dos que se acreditam acima do bem e do mal. Afinal, julga o “empoado” escriba, que tudo se resolve com seu olhar penetrante de John Wayne tropical. Nos últimos dias, o JB esqueceu-se de que é tão somente um jornal. Investiu-se de poderes condenatórios. Analisa vagamente no lead, acusa no segundo parágrafo e expede a sentença no terceiro.

Orgulhoso de sua suposta onisciência, Nunes vê crime e omissão em todo lugar e, estranhamente, dá crédito a absolutamente tudo que vaza pela boca de Roberto Jefferson, o réu que mais acusa neste planeta. Por máxima ironia, até recentemente o jornalista considerava o deputado um mentiroso sem caráter. A propósito, vale lembrar o que Jefferson escreveu sobre Nunes, num passado não muito remoto, mensagem motivou processos e gerou ameaças:

“ (...) Não o contemplo com indulgência até porque você não merece. Indulgência se dá aos corajosos, lutadores ou perseguidos, não é o seu caso. Do que conheço de sua história, ela tem o enredo do "Pistoleiro da Mídia" aquele que vive para alugar a pena de acordo com seus interesses pecuniários. Sou admirador dos homossexuais assumidos, quanto àqueles que bebem e se tornam veados por algumas horas e no dia seguinte esqueceu do que praticou não me merece respeito.”

O jornalista respondeu prontamente a seu desafeto:

“ (...) O bilhete de Jefferson tornou-o objeto de ação penal por crime contra a honra, movida pelo signatário. Não custa lembrar ao ministro da Justiça que temos um pistoleiro confesso à solta no Legislativo. Só que esse tipo de gente apenas me diverte.

O currículo do nosso "atirador" informa que, até agora, Jefferson só matou a própria fome, usando gigantescas balas de chocolate. O texto do fax acrescenta que se trata de um assassino de vírgulas e atropelador de concordâncias (...)”.

Como o tempo é o senhor da razão, hoje seria justo dar crédito aos dois. Os jornalistas de verdade sabem que os dois não mentem, pelo menos um sobre o outro.

Não cabem novos comentários sobre o fanfarrão Jefferson, agora idolatrado pela imprensa e pelos nobres senhores do Grupo Rio. Mas cabe um adendo sobre Nunes, cujos artigos são implacáveis contra os que burlam a lei. Como se explica a relação amistosa de Nunes com o traficante Carlos José de Paula Barbosa, o Pepé? Fizessem com o “empoado” jornalista uma boa marcação, ainda que à distância, teríamos hoje um companheiro de peladas para Edinho, o filho de Pelé.

Certamente as mazelas do Rio também seriam minimizadas se os bons moços do Jornal do Brasil também se abstivesse m de negociar com os líderes do crime organizado. Marcinho VP, do morro Dona Marta, foi um dos principais fornecedores de brilho para a redação. Com isso, ganhou contatos, encurtou caminhos e se tornou uma celebridade. De repente, de escarafunchar, até Michael Jackson essa nessa história de ligações perigosas. Mas deixa pra lá, por enquanto.

Presidente da OAB afirma que será ministro em governo golpista

Há meses, o presidente da OAB, Roberto Busato, excede suas atribuições e serve como agressor público do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem elegância, tenta de todas as maneiras incitar os homens da Justiça contra Lula. Desde a última semana, afirma a amigos que tem grandes chances de assumir o Ministério da Justiça no governo golpista a ser instalado no Brasil.


O golpe em outra fase
O Grupo Rio parecia inclinado a tornar-se mais discreto. No entanto, uma reunião realizada em Brasília entre os barões da mídia e estrategistas do PSDB e PFL parece ter definido novas atribuições para os golpistas. Agora, é tudo ou nada. Derrubamos ou perdemos a credibilidade.
O Estadão, por exemplo, deixa de ocupar-se somente das agressões e calúnias contra Marta Suplicy. É vez dos Mesquitas baterem duramente em tudo que tiver relação com o Governo Lula e com o PT. Acusar primeiro, apurar se conveniente. Nas manchetes, o jornal já demonstra que rompeu qualquer compromisso com a ética jornalística. Acusações pesadas iniciam as frases. Depois de uma vírgula, vem o “diz fulano”.
Aparentemente, a Folha amacia um pouquinho. Depois, retorna a plena carga. O grupo de ataque já não julga tão necessário esconder o complô, mas julga ainda importante manter o rodízio estratégico para o serviço mais sujo.
Na próxima edição:
Regime Militar e Tortura: a contribuição do delator Boris Casoy
Noblat e o comércio da notícia em Brasília
Para ler o Volume I:
http://www.midiaindependente.org/es/blue/2005/06/320493.shtml
JIBRA – Jornalistas Independentes do Brasil – London UK
** Comunicando pela ética **


http://lists.indymedia.org/pipermail/cmi-ssa/2005-June/0623-ti.html

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