domingo, 18 de agosto de 2013

MP investiga enriquecimento ilícito e nepotismo na Câmara de Piracicaba



O Ministério Público de Piracicaba (SP) instaurou inquérito sobre suposto enriquecimento ilícito e prática de nepotismo (contratação de parentes sem concurso público) de diretores da Câmara. A investigação é baseada em denúncias feitas por e-mail à Promotoria local e ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Ainda não há acusações ou provas legais das irregularidades, mas o MP solicitou informações ao Legislativo para investigar o caso.

O inquérito, aberto pelo promotor João Carlos de Azevedo Camargo, apura se procede a denúncia de que os diretores administrativo, Kátia Mesquita, e de comunicação, Carlos Eduardo Gaiad, adquiriram patrimônios incompatíveis com os salários que recebem do Legislativo.

O chefe da comunicação foi denunciado, ainda, de ter nomeado sua esposa Elenice Gaiad para um cargo de comissão na Casa. Ela é assessora contratada pelo gabinete do vereador André Bandeira (PSDB).

Nos procedimentos iniciais do inquérito, Camargo pede que o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), envie a declaração de patrimônio dos diretores desde que assumiram os cargos que ocupam; além de dados da esposa de Gaiad e sobre a sua nomeação na Casa.

O G1 Piracicaba entrou em contato com os dois diretores, que já foram notificados, e Gaiad informou que pretende apresentar sua defesa caso seja processado. "Eu tenho 63 anos de idade, 43 de atividade jornalística, um carro e uma casa. Não sei como isso pode significar enriquecimento ilícito. Esta foi uma acusação infundada, absurda e descabida", disse.

Quanto à esposa, ele explicou que ela entrou no Legislativo antes mesmo de ele assumir o cargo de chefe da comunicação e que ela é subordinada somente ao vereador André Bandeira. A diretora administrativa foi procurada, mas estava na faculdade e pediu que a reportagem ouvisse somente Gaiad. G1

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O poderoso Paulo Preto


O poderoso Paulo Preto - Parte 1

Acusado pelo PSDB de dar sumiço em R$ 4 milhões da campanha tucana, ele faz ameaças e passa a ser defendido por Serra



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INAUGURAÇÃO DO RODOANEL
Serra aparece em foto de 30 de março de 2010 junto com
Paulo Preto, que meses mais tarde alegou não conhecer
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Como candidato à Presidência da República, José Serra deve explicações mais detalhadas à sociedade brasileira. Elas se referem a um nome umbilicalmente ligado à cúpula do PSDB, mas de pouca exposição pública até dois meses atrás: Paulo Vieira de Souza, conhecido dentro das hostes tucanas como Paulo Preto. Desde que a candidata do PT, Dilma Rousseff, pronunciou o nome de Paulo Preto no debate realizado pela Rede Bandeirantes no domingo 10, Serra se viu envolvido em um enredo de contradições e mistério do qual vinha se esquivando desde agosto passado, quando ISTOÉ publicou denúncia segundo a qual o engenheiro Paulo Souza, ex-diretor da estatal Dersa na gestão tucana em São Paulo, era acusado por líderes do seu próprio partido de desaparecer com pelo menos R$ 4 milhões arrecadados de forma ilegal para a campanha eleitoral do PSDB. Na época, a reportagem baseou-se em entrevistas, várias delas gravadas, com 13 dos principais dirigentes tucanos, que apontavam o dedo na direção de Souza para explicar a minguada arrecadação que a candidatura de Serra obtivera até então. Depois de publicada a denúncia, o engenheiro disparou telefonemas para vários líderes, dois deles com cargos no comando da campanha presidencial, e, apesar da gravidade das acusações, os tucanos não se manifestaram, numa clara opção por abafar o assunto. O próprio presidenciável Serra optou pelo silêncio. Então, mesmo com problemas de caixa e reclamações de falta de recursos se espalhando pelos diretórios regionais, o PSDB preferiu jogar o assunto para debaixo do tapete.

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No debate da Rede Bandeirantes, Serra mais uma vez silenciou. Instado por Dilma a falar sobre o envolvimento de Paulo Preto no escândalo do sumiço da dinheirama, não respondeu. Mas o pavio de um tema explosivo estava aceso e Serra passou a ser questionado pela imprensa em cada evento que participou. E, quando ele falou, se contradisse, apresentando versões diametralmente diferentes em um período de 24 horas. Na segunda-feira 11, em Goiânia (GO), em sua primeira manifestação sobre o caso, o candidato do PSDB negou conhecer o engenheiro. “Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês (jornalistas) fiquem perguntando.” A declaração provocou uma reação imediata. Na terça-feira 12, a “Folha de S.Paulo” publicou uma entrevista em que o engenheiro, oficialmente um desconhecido para Serra, fazia ameaças ao candidato tucano. “Ele (Serra) me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele tem que responder. Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam este erro”, disparou Paulo Preto. Serra demonstrou ter acusado o golpe. Horas depois da publicação da entrevista, em evento em Aparecida (SP), o candidato recuou. Com memória renovada, saiu em defesa do ex-diretor do Dersa. Como se jamais tivesse tratado deste assunto antes, Serra afirmou: “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de engenheiro do ano. A acusação contra ele é injusta. Ele é totalmente inocente. Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo”. Aos eleitores, restou uma dúvida: em qual Serra o eleitor deve acreditar? Naquele que diz não conhecer o engenheiro ou naquele que elogia o profissional acusado pelo próprio PSDB de desviar R$ 4 mihões da campanha? As idas e vindas de Serra suscitam outras questões relevantes às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais: por que o tema lhe causou tanto constrangimento? O que Serra teria a temer para, em menos de 24 horas, se expor publicamente emitindo opiniões tão distintas sobre o mesmo tema?
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Ainda está envolto em mistério o que Paulo Preto teria na manga para emparedar Serra. A movimentação do engenheiro nas horas que sucederam o debate da Rede Bandeirantes mostra claramente como ele é influente, poderoso e temido nas hostes tucanas. Conforme apurou ISTOÉ, logo depois do programa, Paulo Preto, bastante irritado por não ter sido defendido pelo candidato do PSDB, começou a telefonar para integrantes do partido. Um deles, seu padrinho político, o ex-chefe da Casa Civil de São Paulo, senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, que deixou o debate logo que o nome do engenheiro foi mencionado. Outras duas chamadas, ainda de madrugada, foram para as residências de um secretário do governo paulista e de um dos coordenadores da campanha de Serra em São Paulo. Nas conversas, Paulo Preto disse que não ia admitir ser abandonado pelo partido. E que iria “abrir o verbo”, caso continuasse apanhando sozinho. Com a defesa de Serra, alcançou o que queria. Para os dirigentes do partido restou o enorme desconforto de passarem o resto da semana promovendo contorcionismos verbais para defender as ações de um personagem que acusavam dois meses antes. Em agosto, o PSDB vivia outro momento político, vários líderes tucanos reclamavam do estilo “centralizador e arrogante” de Serra, tinham dificuldades para arrecadar recursos e vislumbravam uma iminente derrota nas urnas. Agora, disputando o segundo turno e sob a ameaça de Paulo Preto, promovem uma ação orquestrada para procurar desqualificar as denúncias que eles próprios fizeram. “Às vésperas da eleição podemos ganhar o jogo. Portanto, não vou dizer nada a respeito do Paulo Preto”, disse uma das principais lideranças do partido na noite da quarta-feira 13. Esse mesmo tucano, em agosto, revelara detalhes sobre a atuação do engenheiro na obra do trecho sul do rodoanel. “Não é hora de remexer com o Paulo Preto. Isso poderá colocar em risco nossa vitória”, afirmou na manhã da quinta-feira 14 um membro da Executiva Nacional do partido, que em agosto acusara o engenheiro de desviar R$ 4 milhões da campanha. “Em agosto, depois da reportagem de ISTOÉ, procuramos empresários e eles negaram que Paulo Preto tenha pedido contribuições”, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Se fez de fato esse movimento, Guerra não teve pressa em revelá-lo. Só foi fazê-lo agora, pressionado pelas declarações do engenheiro.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mensalão tucano

Mensalão tucano, também chamado de mensalão mineiro, ou ainda valerioduto tucano, é o escândalo de corrupção que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional - ao governo de Minas Gerais em 1998, e que resultou na sua denúncia pelo Procurador Geral da República ao STF, como “um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado” [1], baseada no Inquérito n.o 2280 que a instrui, denunciando Azeredo por "peculato e lavagem de dinheiro"
O valerioduto tucano foi um suposto esquema de financiamento irregular --com recursos públicos e doações privadas ilegais-- à campanha à reeleição em 1998 então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB), montado pelo empresário Marcos Valério[3]
Novas apurações devem envolver, dentre outras, cinco pessoas ligadas à Cemig (estatal de energia mineira), quatro à Comig (estatal de infra-estrutura mineira, atual Codemig), uma à Copasa (estatal de saneamento mineira) e dois à gráfica Graffar, que teriam desviado recursos da Cemig para a campanha de Azeredo
Em denúncia apresentada dia 20 de novembro de 2007 ao Supremo Tribunal Federal, o Procurador Geral da República denunciou que o esquema criminoso, que veio a ser chamado pela imprensa de "mensalão tucano", foi "a origem e o laboratório" do episódio que ficou conhecido como Mensalão.
" Os elementos de convicção angariados ao longo da investigação revelam que, realmente, o esquema delituoso verificado no ano de 1998 foi a origem e o laboratório dos fatos descritos na denúncia já oferecida no Inquérito n.o 2245 (Mensalão).
"Vários delitos graves foram comprovados, sendo que parte deles integra a presente imputação, enquanto os demais deverão ser apreciados nas instâncias adequadas."
"Além disso, inúmeras provas residentes nestes autos reforçam o já robusto quadro probatório que amparou a denúncia apresentada no bojo do Inquérito n.o 2245 (Mensalão)."
"A inicial penal em exame limitar-se-á a descrever os delitos que tiveram o comprovado envolvimento do Senador da República Eduardo Azeredo e do Ministro de Estado Walfrido dos Mares Guia, bem como os crimes intimamente a eles vinculados." [1]
Antonio Fernando denunciou 15 políticos por peculato e lavagem de dinheiro e afirmou que o esquema montado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza para injetar dinheiro público na campanha do tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG) foi "o laboratório” do mensalão nacional - cuja denúncia foi aceita pelo STF, em quase sua totalidade, em agosto de 2007. As investigações atingem o secretário do governador mineiro tucano Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência da república em 2010. [4]
Segundo a denúncia do Procurador Geral da República, ficou claro que o modus operandi dos fatos criminosos apurados nos processo do mensalão teve a sua origem no período da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para Governador do Estado de Minas Gerais no ano de 1998". p. 4 [1]
Embora negue conhecer os fatos, as provas colhidas desmentem sua versão defensiva. Há uma série de telefonemas entre Eduardo Azeredo, Marcos Valério, Cristiano Paz e a empresa SMP&B, demonstrando intenso relacionamento do primeiro (Eduardo Azeredo) com os integrantes do núcleo que operou o esquema criminoso de repasse de recursos para a sua campanha.p.26 [1]
Em 3 de novembro de 2009, Azerevo começou ser julgado no Supremo Tribunal Federal.


O braço privado do mensalão tucano

De acordo com a polícia, seis empreiteiras doaram R$ 8,2 milhões para a campanha de Azeredo sem declarar essas doações à Justiça Eleitoral, o que é obrigatório por lei. O jornal Folha de S. Paulo revelou que essas seis empresas receberam R$ 296 milhões em pagamentos por obras na gestão de Eduardo Azeredo. A apuração da existência de um eventual "braço privado" do valerioduto tucano pode aumentar ainda mais o rol de denunciados [3].

O que dizem os acusados

  • O senador Eduardo Azeredo, em sua página oficial na internet, afirma que não houve mensalão em Minas Gerais e que as questões financeiras da campanha eleitoral de 1998 não eram de sua responsabilidade e nem delas possuia conhecimento. [5]

O que diz a acusação

O ministro do STF Joaquim Barbosa determinou no dia 19 de dezembro de 2007 a notificação das 15 pessoas que são alvo da denúncia criminal do valerioduto tucano para que elas apresentem sua defesa prévia[6].
Os acusados terão 15 dias para prestarem explicações sobre a prática de peculato e lavagem de dinheiro.
Entre os denunciados estão Eduardo Azeredo (PSDB) e Walfrido dos Mares Guia (PTB), que pediu demissão quando a denúncia foi divulgada pelo procurador-geral da República [6].

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Monitor de escândalos no Congresso 2009


Ministros do Supremo Tribunal Federal entram na cota de passagens da Câmara
Para enviar e-mails para os personagens envolvidos, passe o mouse sobre o nome e clique para acessar o endereço eletrônico de cada um.



1 - Verba indenizatóriadata de divulgação: 2001 na Câmara, 2003 no Senado É um escândalo antigo a verba de R$ 15 mil por mês que cada congressista pode gastar. O assunto foi renovado pelo caso Castelogate -o do deputado Edmar Moreira, que usou o dinheiro para pagar serviços supostamente prestados por empresas de sua propriedade. As notas fiscais sempre foram guardadas em segredo. O que aconteceu? Quase nada. As notas fiscais antigas continuam secretas (apesar de essa opacidade ser inconstitucional) nas Casas presididas por José Sarney e Michel Temer. Na prática todos os congressistas que cometeram delitos nos últimos 8 anos foram perdoados. De abril de 2009 para a frente, em tese, tudo será divulgado. Até agora, muito pouco apareceu para ser verificado.




2 - Castelogatedata de divulgação: 02.fev.2009 Edmar Moreira, então no DEM-MG, é eleito corregedor da Câmara. Diz não ter como julgar colegas por causa do "vício insanável da amizade". Descobre-se que tem um castelo no interior de Minas Gerais. E que gastou R$ 236 mil nos últimos dois anos para pagar serviços em suas próprias empresas de segurança. O que aconteceu? Edmar Moreira deixou o cargo de corregedor, hoje ocupado por ACM Neto (DEM-BA). Ficou quase um mês sem aparecer na Câmara (mas recebendo salário). Seu processo está empacado no Conselho de Ética, presidido por José Carlos Araújo (PR-BA), que terá seis meses de prazo para concluir o óbvio: houve quebra de decoro.




3 - Agaciel Maia e sua mansãodata de divulgação: 01.mar.2009 O diretor do Senado, Agaciel Maia, escondia da Justiça a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões. O que aconteceu? Sob o aplauso dos outros servidores da Casa, Agaciel deixou o cargo ocupado por ele a 15 anos.



4 - Horas extras nas fériasdata de divulgação: 10.mar.2009 "Folha" publica gasto no Senado de R$ 6,2 milhões em horas extras em janeiro, mês de férias. 3.883 funcionários foram beneficiados. Na Câmara, 610 servidores receberam hora extra em janeiro, o que custou à Casa R$ 653 mil. O que aconteceu? Nada. Alguns gatos pingados devolveram o dinheiro, mas o grosso foi mesmo embolsado pelo funcionários.



5 - Chico Alencar (PSOL-RJ) contrata correligionáriodata de divulgação: 10.mar.2009 O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pagou empresa de João Alfredo Telles Melo, também membro do seu partido, com a verba indenizatória. Foram R$ 55 mil ao longo de dois anos para a Eco Social Consultoria Sócio-Agrário-Ambiental Ltda. O que aconteceu? Quase nada. O caso está na Corregedoria da Casa. Alencar defende-se dizendo ter como provar a realização dos serviços.




6 - Diretor do Senado usava apartamento funcional para famíliadata de divulgação:12.mar.2009 O diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, cedeu um apartamento funcional da Casa para seus filhos. O que aconteceu? O diretor, com 15 anos no cargo, devolveu o apartamento e pediu sua exoneração no dia seguinte. Mas ele continua como funcionário efetivo da Casa.




7 - Sarney utiliza seguranças do Senado no Maranhãodata de divulgação: 13.mar.2009 O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), levou seus seguranças do Senado ao Maranhão, onde ficaram por quatro dias . O motivo alegado por ele foi a cassação do seu opositor político, o governador Jackson Lago. O que aconteceu? Nada. Sarney diz ser tudo legal e a acusação seria fruto de o Senado ter virado "boi de piranha".



8 - Nepotismo terceirizadodata de divulgação: 16.mar.2009 Diretores empregavam parentes no Congresso por meio de empresas terceirizadas. Dezenas de pessoas estão nessa situação. O que aconteceu? Sete parentes foram demitidos. Nada aconteceu com os diretores.



9 - Tião Viana empresta celular à filhadata de divulgação:17.mar.2009 O senador Tião Viana (PT-AC) emprestou seu celular a filha numa viagem dela ao México por duas semanas, em janeiro. O resultado foi uma conta telefônica de mais de R$ 14 mil. O que aconteceu? O senador diz ter pago a conta, mas não foi punido pelo ato.



10 - Diretores no Senadodata de divulgação: 18.mar.2009 Senadores foram surpreendidos pela quantidade de diretores na Casa: 181. Eles demoraram a fazer esta conta. O número caiu para 136. Depois, foi a 186. Finalmente, regrediu a 181. Heráclito Fortes (DEM-PI) chegou a anunciar o número de somente 38 diretorias -os outros não seriam diretores, mas teriam o status de diretor. As atribuições iam do diretor da garagem ao do check-in, a maioria recebendo cerca de R$18 mil reais. O que aconteceu? Muito pouco. José Sarney anunciou o enxugamento de 50 dos cargos e fez a promessa de uma reforma administrativa, tocada pela FGV -sem custo nem prazo previstos.



11 - Assessora de Roseana Sarney era diretoradata de divulgação: 19.mar.2009 Tania Fusco, assessora de imprensa da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), era também diretora de Subsecretaria de Divulgação do Senado desde 2003. Ela não é concursada. O que aconteceu? A assessora anunciou saída do cargo da diretoria em 13 de abril.




12 - Sogra fantasmadata de divulgação: 7.abr.2009 "Folha" noticia que Amélia Neli Pizatto, 51, sogra do assessor de imprensa de Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, é funcionária-fantasma da Casa há seis anos, com salário de R$ 4.900. O que aconteceu? Nada



13 - Filha de FHC trabalha de casa para senadordata de divulgação: 27.mar.2009 Coluna de Mônica Bérgamo, na Folha, revela que Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, trabalha de casa para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Ela faz trabalhos pessoais para o senador a distância porque, como disse, "o Senado é uma bagunça". O que aconteceu? Nada.



14 - Diretora de comunicação em campanhadata de divulgação: 27.mar.2009 A Diretora de Comunicação do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes, participou de ao menos cinco campanhas de senadores sem se licenciar do cargo. O que aconteceu? Nada. Ela estava em férias quando o escândalo estourou e não houve investigação sobre o caso.



15 - Deputado e sua doméstica - 1data de divulgação: 20.mar.2009 "Folha" revela que o deputado federal licenciado e secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM), pagava sua empregada doméstica com recursos da Câmara. O que aconteceu? Sobrou para a empregada, que perdeu o emprego. O deputado não foi punido nem repreendido.




16 - Deputado e sua doméstica - 2data de divulgação: 8.abr.2009 "Folha" revela que o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) empregava em seu gabinete Maria Helena de Jesus como secretária parlamentar -mas ela prestava serviços como doméstica na casa do congressista. "Pensei que ela pudesse não só ajudar aqui no gabinete como também no apartamento", disse ele. O que aconteceu? A empregada perdeu o emprego. O deputado não foi admoestado.



17 - Deputado e sua doméstica - 3data de divulgação: 15.abr.2009 "Folha" revela que o deputado federal José Paulo Tófano (PV-SP) emprega em seu gabinete a doméstica de sua residência em Brasília. Paga R$ 700. O que aconteceu? Tófano disse que vai demitir a empregada. Assim, o deputado se livra de punição.




18 - Loucos por jatinhosdata de divulgação: 02.abr.2009 "Folha" revela que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) utilizava verbas de passagens aéreas para fretar jatinhos, num valor total de R$ 469.068,54 de 2005 até o início de 2009. Outros senadores defenderam Tasso, afirmaram ser tudo legal e também declararam fazer o mesmo. Heráclito Fortes (DEM-PI), atual primeiro-secretário do Senado, usou R$ 43.785. Mão Santa (PMDB-PI) gastou R$ 10.295. O ex-senador Maguito Vilela (PMDB-GO), quando ainda exercia o mandato, em 2005, usou R$ 18.125,24. Mário Couto (PSDB-PA) e Jefferson Praia (PDT-AM) também alugaram jatos, mas não se sabe quanto torraram de dinheiro público. Os dados são sigilosos. O que aconteceu? Nada.




19 - Gráfica imprime material de campanhadata de divulgação: 04.abr.2009 "Folha" divulga que a gráfica do Senado é usada para a autopromoção de senadores. Os R$ 30 milhões anuais para a gráfica serviam para a impressão de materiais sobre desempenho deles na TV e elogio a congressistas. O que aconteceu? Nada.




20 - Funcionários de senador prestam serviço a vice-governadordata de divulgação: 08.abr.2009 Funcionários do senador Almeida Lima (DEM-DF) prestavam serviços ao vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM). Eles tinham seu salário bancado pela Casa. O que aconteceu? Almeida Lima disse que vai exonerar os funcionários.



21 - Ministro usa serviço de secretária paga pelo Senadodata de divulgação: 10.abr.2009 O ministro Hélio Costa (Comunicações) usa os serviços de uma secretária bancada pelo Senado. Eliana Maria de Jesus Ros tem salário pago pelo gabinete do senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Ele assumiu a vaga no lugar de Helio em 2005. O que aconteceu? Nada.




22 - Terceirização irregulardata de divulgação: 13.abr.2009 O Senado pode ter gasto R$ 13 milhões irregularmente num contrato com a Aval Serviços Especializados Ltda. Ela paga um salário de R$ 884 aos 429 funcionários cedidos, mas recebe do Senado R$ 3,5 mil para manter cada um. A diferença é maior do que o permitido pelo TCU. O que aconteceu? Uma comissão, liderada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), analisa o assunto.



23 - Deputado pagou viagens para Carnataldata de divulgação: 14.abr.2009 Site Congresso em Foco divulga que Adriane Galisteu, os atores Kayky Brito, Stephanie Brito e Samara Felippo, os empresários Cláudio Torelli, Maiz Oliveira, a estilista Ian Acioli, a joalheira Roseli Duque, a arquiteta Viviane Teles, o cantor Fábio Mondego e o jornalista Nelson Sacho (assessor de Galisteu) viajaram as custas da Câmara dos Deputados. O anfitrião foi o deputado Fábio Faria (PMN-RN), que levou vários deles ao seu camarote no Carnatal -um carnaval fora de época em Natal (RN). O que aconteceu? Nada. Depois de o caso ter sido noticiado, o deputado prometeu ressarcir a Câmara.



24 - Ministros-deputados usam passagens da Câmaradata de divulgação: 15.abr.2009 Os deputados licenciados para ocupar cargos de ministros José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Reinhold Stephanes (Agricultura) continuaram a usar passagens áreas pagas pela Câmara mesmo depois de terem saído do Poder Legislativo. Segundo o Congresso em Foco, foram mais de 60 viagens. O que aconteceu? Nada. Os ministros dizem ter acumulado créditos quando eram deputados e continuaram a torrar o dinheiro da Câmara.




25 - Deputados fazem viagens internacionais pagas pela Câmaradata de divulgação: 16.abr.2009 2 ex-presidentes da Câmara (João Paulo Cunha, do PT paulista, e Inocêncio Oliveira, do PR pernambucano), e 4 membros da Mesa Diretora - Leandro Sampaio (PPS-RJ), Odair Cunha (PT-MG), Nelson Marquezelli (PTB-SP) e Manoel Junior (PSB-PB)- pagaram turismo internacional com cota de passagens aéreas.João Paulo Cunha (ex-presidente da Câmara em 2003-2004) emitiu passagens para ele, a mulher e a filha para Bariloche, estação de esqui argentina, em julho de 2008. João Paulo também usou sua cota para emitir passagens para a Argentina para sua secretária Silvana Japiassu e outras três pessoas.Inocêncio Oliveira (ex-presidente da Câmara em 1993-1994) usou a cota para financiar a viagem da mulher, das filhas e da neta para Nova York e Europa, entre agosto e dezembro de 2007. Indagado sobre esse uso das passagens, Inocêncio disse: "A família é sagrada. É preciso deixar a família fazer qualquer viagem".O suplente de terceiro-secretário, Leandro Sampaio usou passagens da Câmara para bancar viagens de familiares para Alemanha, Chile e Buenos Aires. Odair Cunha, terceiro-secretário e responsável pelas passagens aéreas, usou a cota em benefício de Geraldo Silva, que viajou de Buenos Aires ao Rio. Odair também emitiu 2 passagens para o ex-ministro e seu conterrâneo Nilmário Miranda (Direitos Humanos), em 2008.Nelson Marquezelli emitiu passagens da Câmara para ir a Nova York com a mulher e 3 três bilhetes aéreos para uma família de sobrenome Leroy ir a Buenos Aires.Manoel Junior, quarto suplente de secretário, foi a Buenos Aires.O que aconteceu? Nada.




26 - Câmara e Senado fingem cortar gastos, liberam geral para passagens aéreas e perdoam todos os delitos passadosdata de divulgação: 16.abr.2009 Câmara e Senado editaram novas regras para o uso de passagens aéreas. Há um corte de 20% no orçamento de viagens dos deputados e de 25% no dos senadores. Mas fica oficializado o acúmulo de passagens não utilizadas, a possibilidade de levar parentes para viajar pelo país e pelo exterior, o aluguel de jatinhos. Pagar passagens para namoradas também está liberado. "Se for bonita, pode", disse Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado, ao comentar sobre namoradas viajando à custa do Congresso, numa referência ao que ocorreu na Câmara com Adriane Galisteu - cuja passagem foi paga com a cota do deputado Fábio Faria (PMN-RN).Na prática, as medidas são inócuas.Deputados e senadores nunca conseguem usar todas as passagens atuais. Acumulam créditos para usar nas férias, do jeito que bem entenderem, inclusive levando as famílias para o exterior. Pela regra nova, por exemplo, os senadores do Piauí têm direito a R$ 21.900 mil por mês. Isso dá para comprar quase 22 bilhetes de ida e volta no trecho Brasília-Teresina.Uma medida relevante foi permitir, oficialmente, a troca da cota de passagens por aluguel de jatinhos.Na prática, as medidas anistiam todos os delitos do passado. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que gastou quase meio milhão de reais para alugar jatinhos está perdoado. Daqui para a frente, quase tudo pode no Congresso. Daqui para trás, tudo foi permitido e ninguém será investigado. O que aconteceu? Nada.



27 - Viúva de senador recebe sobra de passagens em dinheirodata de divulgação: 17.abr.2009 "Folha" publica reportagem informando que Marlidice Peres, viúva do senador Jefferson Péres (PDT-AM), morto em maio de 2008, requereu e recebeu em dezembro do ano passado R$ 118.651,20 em espécie referentes a passagens aéreas que o senador não usou de janeiro a abril de 2008. O procedimento não é previsto no ato do Senado que regulamenta o uso de passagens. O pagamento foi liberado pelo então presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e à revelia dos demais membros da Mesa. "Fui levado a decidir isso sozinho porque a viúva insistiu, alegou que estava numa situação difícil e era época de recesso. Não acho que tenha sido muito correto. Mas a gente comete erros, equívocos. Hoje eu não faria isso", disse Garibaldi. "Estou constrangido em ter que pedir o dinheiro de volta, mas posso rever meu ato." O que aconteceu? Nada.




28 - Ministros do Supremo Tribunal Federal entram na cota de passagens da Câmaradata de divulgação: 17.abr.2009 O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ministro do STF Eros Grau aparecem como beneficiários da cota de passagens de 2 deputados federais, publicou o site Congresso em Foco. Como esses ministros pagaram pelas suas viagens, apresentando comprovantes, a reportagem diz haver "indícios de que ambos tenham sido vítimas de um mercado paralelo de bilhetes pagos com dinheiro público". As cotas de passagens usadas foram dos deputados Paulo Roberto (PTB-RS) e Fernando de Fabinho (DEM-BA), respectivamente pra Gilmar e Eros Grau. Os 6 bilhetes usados por Gilmar Mendes e sua mulher, a secretária-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Guiomar Lima Mendes, serviram para uma viagem do casal para Nova Iorque e para Fortaleza.O ministro Eros Grau tem comprovante de que sua passagem foi paga pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A viagem entre São Paulo e Rio de Janeiro aconteceu no dia 31 de março de 2008, no voo JJ 3940, entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont.É possível que servidores dos deputados citados tenham comercializado as passagens dos congressistas. "Acredito que tanto eu quanto o ministro Gilmar Mendes fomos vítimas de um esquema", afirma Paulo Roberto. O que aconteceu? Nada.

Fernando Rodrigues - Folha

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Caixa preta da imprensa


*Este dossiê é muito sério e deve ser divulgado ostensivamente. Estou estarrecido. Quem se interessar na mudança deste país, e nela acreditar, acampe a luta, seja mais um guerreiro da liberdade, da democracia, da ampliação dos direitos, da destruição do poder que é controlados por poucos. Sei que somos mais e melhores do que eles.*
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*O GOLPE DE ESTADO E A CAIXA-PRETA DA IMPRENSA***
ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO

Dossiê

Por Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador - Abril/2006

Em pouco mais de um ano de atividades, o JIBRA (Jornalistas Independentes
do Brasil), com sede oficial em Londres (UK) vem divulgando uma série de *
dossiês* que ajudam a explicar a *crise política brasileira*. Nosso trabalho
se insere numa ação de cidadania responsável que se destina a vencer o
bloqueio da censura imposta no Brasil pelos grandes veículos de comunicação,
controlados por algumas famílias e por poderosas organizações multinacionais
de mídia.

Nesse período, sofremos todo tipo de perseguições. No Brasil, nossos
colaboradores tiveram suas vidas devassadas. Computadores foram apreendidos
e contas de e-mail tiveram o sigilo quebrado, sempre com suporte dos
serviços de inteligência dos Estados Unidos da América, especialmente dos
funcionários "especiais" que trabalham em Brasília. Em Londres, recebemos
por várias vezes as visitas de agentes policiais e nossos telefones foram
grampeados. Talvez a exposição desses fatos ajude a explicar os episódios
que descreveremos em seguida.

* A morte de Jean Charles e o Golpe contra Lula

* Em 22 de Junho de 2005, o JIBRA fez publicar no CMI - Centro Midia
Independente um relato sobre a primeira tentativa de golpe contra o
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto está disponível até hoje em
http://www.midiaindependente.org/es/red/2005/06/320821.shtml. O trabalho
jornalístico narrava a origem do plano de desestabilização do governo Lula,
articulado pelas elites nacionais, com apoio tático e estratégico do governo
dos Estados Unidos da América. Todas as informações ali contidas foram, mais
cedo ou mais tarde, comprovadas por investigações independentes. Nosso
trabalho se tornou referência para estudos de outras conceituadas entidades
e órgãos de imprensa.

* See quotes
*:
http://www.americas.org/item_22207
.
http://www.lautjournal.info/autjourarchives.asp?article=2410&noj=244

A revelação das atividades do *Grupo Rio* desencadeou imediata reação dos
serviços de inteligência extra-nacionais, com violação de sigilos, escutas
clandestinas e interceptação de mensagens. Profissionais de imprensa
brasileiros sofreram constrangimentos ao serem incluídos na lista de
supostos informantes do JIBRA. Mesmo assim, em poucos dias, blogs e sites
pessoais fizeram com que o material se espalhasse pelas infovias.

Entretanto, demorou mais do que imaginávamos para que sofrêssemos o impacto
da reação. Em Lambeth (um dos London Boroughs), a jornalista Morgana White
utilizava-se havia tempos dos serviços de um brasileiro, indicado por
amigos, na realização de pequenos serviços em seu escritório doméstico. Seu
nome era Jean Charles de Menezes.

Sabe-se, hoje, pelos protocolos de investigação da Comissão Independente de
Investigação de Queixas da Polícia (CIIQ, in English), que a ação
desencadeada dentro da estrutura da *Operation Kratos* tinha por objetivo
responder à ação de supostos terroristas de esquerda brasileiros com base no
Reino Unido. A troca de mensagens entre as células de inteligência (US-UK)
exibe a exigência americana de uma ação imediata, com prazo de 30 dias para
a apresentação de resultados práticos.

* See more:

*
http://www.met.police.uk/foi/pdfs/policies/stop_and_search_s44_tact_2000_sop.pdf

Exatamente um mês depois de divulgado o texto do Jibra, em 22 de Julho de
2005, uma unidade mista de policiais e agentes anti-terrorismo britânicos,
treinados por Israel, executou Jean Charles de Menezes. Cumpriam o prazo! Na
avaliação equivocada dos IS britânicos, o brasileiro funcionava como
operador estratégico das ações do JIBRA. Um engano trágico que custou a vida
de um jovem honesto, sempre de bem com a vida, cheio de sonhos e aspirações.

Os depoimentos de Morgana White para seus companheiros jornalistas não deixa
dúvidas sobre as razões do assassinato, um misto de brutalidade e
incompetência. Ao mesmo tempo, suas explicações lançam luzes sobre os
mistérios que até hoje envolvem a morte do brasileiro (abaixo as
contradições e mentiras que marcam a investigação do caso).

http://mrzine.monthlyreview.org/seymour100805.html

http://antagonise.blogspot.com/2005/08/jean-charles-de-menezes-murder-lies.html

Vale informar que a carta de Morgana White, escrita já na Irlanda, comprova
seus contatos com Jean Charles e mostra que o rapaz *SABIA* que vinha sendo
espionado. O documento foi enviado às redações dos principais jornais
brasileiros, mas jamais foi divulgado.

Depois das primeiras manifestações do JIBRA sobre o assunto, em 29 de Março,
ameaças resultaram no pedido de demissão de Susan Atkins, chefe da Comissão
de Queixas contra a Polícia. Baixa na turma dos mocinhos; ponto para os
bandidos. Outro profissional sério da comissão, Laurence Lutsgarten, também
foi afastado de suas funções, vítima de uma armação da Polícia Metropolitana
de Londres. Motivo oficial: comportamento sexual inadequado.

*Brasil: A República dos Jornalistas Corruptos*

Há tempos, pede-se a abertura da Caixa Preta da imprensa brasileira. Nenhum
cidadão razoavelmente inteligente pode acreditar que a violenta campanha
para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja realizada por
jornalistas somente seduzidos pela doutrina neoliberal e conservadora
difundida pelos quadros intelectuais da elite brasileira.

Há muito dinheiro correndo nos túneis subterrâneos do Golpe de Estado em
curso no Brasil. Boa parte desse dinheiro se destina a abastecer os
jornalistas e formadores de opinião recrutados pelo Grupo Rio.

Investigações independentes, realizadas de Setembro de 2005 a Março de 2006,
revelam que pelo menos 76 pessoas, entre jornalistas e outras
personalidades, foram agraciados por suas contribuições ao Golpe de Estado.
Certamente, há os que nada cobram, que se juntam à sedição por motivos
particulares ou por investirem em benefícios futuros.

Os bancos Nossa Caixa, Bank of Boston e Santander Banespa tem sido os
principais canais de repasse para a maior parte desses profissionais de
duplo emprego.

* Quem são os jornalistas empenhados em instaurar o terror no País

* A legião de colaboradores do Golpe de Estado se divide em três frentes
diferentes na mídia: 1) Jornalistas da grande imprensa; 2) Blogueiros e
articulistas "independentes"; 3) Formadores de opinião (analistas políticos,
artistas, etc...)

Os primeiros tratam de ecoar tudo que é supostamente negativo no governo do
Presidente Lula. Exageram, ofendem, instauram suspeitas e, a todo custo,
recorrem ao moralismo rasteiro para provocar indignação nos cidadãos. É o
caso do jornalista Ricardo Noblat.

Os segundos são utilizados geralmente para divulgar informações falsas,
parte da estratégia de terror utilizada na desestabilização do País. Por
serem menos facilmente enquadráveis, realizam o trabalho sujo de poluição
informativa. É o caso de Claudio Humberto.

Os terceiros são cooptados das mais diferentes formas, nem sempre
presenteados com dinheiro. Na farsa midiática, servem para criar uma ilusão
de caos institucional, de decepção geral e indignação contra o governo. É o
caso do ator Lima Duarte, tradicionalmente ligado ao tucanismo; de um
conhecido humorista; do deputado Fernando Gabeira; do presidente da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), de Roberto Busato, a quem foi prometido o
cargo de Ministro da Justiça em eventual futuro governo do PSDB-PFL; do
"oabista" Orlando Maluf Haddad, cuja má índole é equivalente a sua
capacidade de acumular patrimônio; e da analista de assuntos políticos Lucia
Hipólito.

* Como ganhar dinheiro fácil

* Para alguns desses jornalistas e formadores de opinião, o ofício sempre
foi uma prática de comércio apartada de valores morais ou de condutas
éticas. É o caso do "empoado" Augusto Nunes, do Jornal do Brasil, e de
Eurípedes Alcântara, da revista Veja.

O segundo esteve inúmeras vezes nos Estados Unidos, sempre participando de
simpósios do Departamento de Estado e do Departamento de Defesa para
jornalistas latino-americanos alinhados com as políticas de Washington.
Logicamente, Alcântara sempre foi retribuído por suas ações no sentido de
desmoralizar qualquer projeto ou personalidade da esquerda no Brasil.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reproduz uma conversa telefônica
entre Alcântara e Donald Rumsfeld.

http://www.defenselink.mil/transcripts/2005/tr20050405-secdef2581.html

Um pequeno e cômico trecho mostra o tipo de jornalismo produzido pelo
escoteiro de Roberto Civita.

QUESTION (Alcântara): *Yeah, that would be my pleasure. I have been
watching close your role in the United States and I must say that I admire
you. You are so firm since the beginning. When they said they were going
there for the oil and then they said you were going there for your own
interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab
world. This is not a small thing, right?*
**
**
Outros jornalistas têm servido com fidelidade aos articuladores do Golpe de
Estado, como o blogueiro Fernando Rodrigues e o articulista Merval Pereira.
A norma é simples. Negar ou criticar qualquer sucesso da administração de
Luiz Inácio Lula da Silva. Os sucessos na Educação, como o Prouni, e na
promoção social, como o Bolsa Família, devem ser ignorados ou tratados com
ironia ácida. Toda suspeita deve ser concebida como verdade. Tudo que
representar dano à reputação do presidente e de seu partido deve ser
ampliado, se possível em tom de indignação cívica. No plano das alianças,
referências à Venezuela e a Hugo Chávez devem ser sempre negativas.

Os comentaristas e analistas seguem a mesma cartilha (um conjunto informal
de orientações conhecido como Bola7), produzida sob coordenação do
publicitário *Paschoal Fabra Neto*. É o caso de *Luciano Dias*, do IBEP,
aluno obediente do Grupo Rio. Vale acompanhar seu torto pensamento, expresso
no UOL (serviço do Internet do jornal Folha de S. Paulo).

* "De acordo com Dias, é irrelevante se o caseiro foi ou não comprado para
desmentir Palocci."

*
http://noticias.uol.com.br/uolnews/brasil/entrevistas/2006/03/24/ult2614u447.jhtm

* O jogo das contas bancárias milagrosas

* Ricardo Noblat, Fernando Rodrigues, Claudio Humberto, Augusto Nunes,
Merval Pereira, Otavio Cabral, Lucia Hipolito, Luciano Dias, Lilian Witte
Fibe, Mauro Calliari, Eurípedes Alcântara, Mario Sabino, André Petry, Diogo
Mainardi, entre outros, não citados porque se beneficiam de nossas
incertezas, figuram entre os alegres ganhadores da loteria do golpe. Cabe
aos bons jornalistas, descobrir quem os tem premiado.

* Para facilitar o trabalho, apresentamos alguns dados fundamentais: R$ 76
mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 234 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 450 mil
entre 08/2005 e 03/2006; R$ 34 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 906 mil entre
06/2005 e 03/2006; R$ 54 mil (em 10 parcelas) entre 05/2006 e 02/2006; R$
111 mil entre 08/2005 e 03/2006; R$ 432 mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 454
mil entre 10/2005 e 03/2006; R$ 32 mil entre 08/2005 e 03/2006; R$ 321 mil
em 12/2005; R$ 98 mil entre 07/2005 e 03/2006; R$ 132 mil entre 10/2005 e
03/2006; R$ 42 mil entre 10/2005 e 03/2006.

Interessante é que idêntico sistema de compra seletiva de jornalistas e
comunicadores tem sido registrado na Venezuela, no Paraguai e, mais
recentemente, no Peru. A comparação nas metodologias nos permite deduzir que
há uma inteligência operativa internacional por trás dos projetos de
desestabilização de governos.

* *Dados obtidos sem conhecimento do governo federal, a partir de esforços
de reportagem de ex-integrantes do Prime Suspectz, hoje voluntários do
JIBRA.*
* *
* Como corromper um caseiro

* A primeira tentativa foi comprar um par de belas garotas de programa de
Brasília. Como elas são decentes, negaram-se a servir ao Grupo Rio. A idéia
seguinte foi instrumentalizar o caseiro Francenildo Costa. Mas de onde veio
a inspiração? O senador *Antero Paes de Barros* (PSDB-MT) a recebeu de seu
compadre e financiador, o mega gangster "Comendador João Arcanjo", que já
havia se utilizado de expediente semelhante para destruir uma figura pública
em seu Estado.

Líder do crime organizado no Centro-Oeste do Brasil, o "Comendador" é,
desde 1994, um dos principais sócios do PSDB na região. O bolachudo Antero
Paes de Barros, por exemplo, recebeu em 2002 pelo menos 84 cheques de uma
factoring do bicheiro. O "Comendador" Arcanjo, sempre protegido pelo PSDB
local, é acusado de ser o mandante do assassinato de mais de 30 pessoas e da
mutilação punitiva de outras 50 pessoas.

* Crime e acobertamento: tradição do PSDB

* As ligações do "Comendador" com o PSDB não representam novidade. No
Amazonas, o senador tucano Arthur Virgílio é conhecido por suas ligações
excêntricas com a exploração de menores. Em Manaus, inúmeras testemunhas
confirmaram as denúncias contra o senador. A imprensa do Brasil, no entanto,
finge que nunca ouviu falar do assunto. Poucos sabem dos esforços de
Virgílio para salvar Omar Aziz (PFL) na CPI da Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes.

* Quem compra os jornalistas

* O sistema criado pelo PSDB e pelo PFL para a compra de jornalistas é
antigo. Seu idealizador foi o falecido ministro Sérgio Motta, o Serjão,
responsável por enorme série de falcatruas no reinado de Fernando Henrique
Cardoso. Segundo ele, a imprensa "comia na mão se farto fosse o grão".

Serjão fez escola, gerando uma série de articuladores de "contratos" com a
imprensa. Hoje, alguns militam nas fileiras de José Serra. Outros, no bando
do ex-governador alquimista da Opus Dei.

Pode-se dizer que boa parte das compras de jornalistas efetuadas na grande
imprensa teve como articulador o diretor financeiro do Instituto Sérgio
Motta, *Vladimir Antonio Rioli*. Ex-sócio de José Serra, parceiro do
ex-prefeito na prática costumeira do delito, Rioli é conhecido por sua folha
corrida.

See more:

http://www.terra.com.br/istoe/1704/brasil/1704_elo_perdido_capa.htm

Rioli, já condenado pela Justiça Federal, tem sido tradicional interlocutor
tucano em negociações com a Editora Abril, de Roberto Civita, e o Grupo
Folha, de Otávio Frias.

Details: Processo 2002.34.00.029731-6. Referência:
http://conjur.estadao.com.br/static/text/27803,1
Outro esforçado negociador tucano tem sido o jornalista *Reinaldo Azevedo*,
da revista "Primeira Leitura", cuja meta particular tem sido qualificar-se
como porta-voz da direita brasileira. Ainda que intelectualmente limitado e
dono de texto raso e confuso, Azevedo tem sido reverenciado pelos
reacionários brasileiros, a ponto de merecer referência no site *Mídia Sem
Máscara*, do filósofo "neonazista" Olavo de Carvalho. No mundo das
transações subterrâneas, Azevedo é conhecido pela avareza. Espírito
disciplinado de militante, procura pagar pouco por textos de interesse da
cúpula tucana.

A ala dos alquimistas teve em *Roger Ferreira* seu mais destacado
negociador. O ex-assessor de comunicação do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, atuou às claras nas grandes redações, a ponto de ser chamado de
"trintinha", numa alusão ao preço padrão pago por matérias especiais do
interesse de seu chefe.

Roger Ferreira, citado no dossiê elaborado pelo ex-gerente de marketing do
banco Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior, coordenava o esquema do Palácio
dos Bandeirantes para beneficiar com verbas de publicidade uma série de
emissoras de rádio e TV, além de jornais e revistas. Ferreira foi ainda
interlocutor do governo paulista em tratativas com representantes do grupo *
Cisneros* (Venezuela) no Brasil. A corporação mantém uma parceria comercial
com o Grupo Abril, que publica *Veja*.

De acordo com o deputado estadual Afanásio Jazadji, do PFL, o governador
Alckmin chegou a negociar pessoalmente projetos inescrupulosos para dourar
sua imagem pública.

* Pelado na Marginal

*
Por fim, a ala alquimista conta também com o apoio do professor *Carlos
Alberto Di Franco*, membro ativo da seita católica direitista Opus Dei. Di
Franco, destacado para ministrar aulas ao candidato do PSDB à presidência da
República, é conhecido por aliciar jovens profissionais de imprensa para a
causa do grupo, conduzindo-os à Universidade de Navarra, na Espanha. Fora do
mundo da política, Di Franco é conhecido pelos hábitos excêntricos. Há
poucos anos, foi flagrado caminhando nu pela Marginal do Rio Pinheiros, uma
importante via expressa da Capital de São Paulo. Abordado por políciais, o
professor alegou que tinha sido assaltado e que os criminosos o haviam
obrigado a nadar nas poluídas águas curso fluvial.

* A reação da cidadania

* Os fatos estão devidamente expostos, "mastigadinhos", como dizem os
brasileiros. Cabe aos cidadãos de bem, especialmente aos jornalistas que
escaparam da sedução criminosa, reagir e reinstaurar o paradigma da ética
nas relações triangulares entre governo, mídia e sociedade. O JIBRA, esteja
onde estiver, continuará trabalhando para levar a informação exclusiva, nua
e crua ao povo do Brasil.

* Jibra - April, 2006 - Kinsale, Ireland.
*
http://lists.indymedia.org/pipermail/cmi-goiania/2006-April/0408-h0.html

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Golpe de Estado em Andamento no Brasil


[CMI-SSA] Golpe de Estado em Andamento no Brasil: Revelações Estarrecedoras
jornalistas independentes jornalistas em postmaster.co.uk
Arquivo X do Golpe (volume 1)

Como PSDB, Veja & CIA articulam segundo golpe de estado em sete anos. Uma história de assassinatos, corrupção, abuso de menores e roubo.

Como ocorre ciclicamente, inicia-se a fase final de mais um golpe de Estado na América Latina, desta vez destinado a depor o presidente Luís Inácio Lula da Silva, legitimamente eleito pelo povo brasileiro.

A exemplo do que ocorreu no Chile, em 1973, os neoliberais da elite pseudo-intelectual, os donos de latifúndios, os empresários da “imprensa” falida e os serviços de inteligência norte-americanos, preparam a derrubada do ex-metalúrgico Lula.

Os métodos do golpe, entretanto, se sofisticaram. Se Allende foi assassinado por projéteis de fogo, Lula está sendo envenenado por uma bem estudada campanha de desqualificação. Curiosamente, os “crimes” que lhe são atribuídos constituem-se em práticas criadas e mantidas por seus próprios inimigos.

O grupo de ataque ao governo foi apelidado de Grupo Rio. Não se trata de uma homenagem ao Estado, mas de uma referência à Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, residência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O luxuoso e requintado apartamento foi palco das primeiras reuniões que traçaram a estratégia para o golpe de Estado. Na primeira assembléia, reuniram-se 13 pessoas. Na segunda, foram 19, incluindo um norte-americano que chegou num carro do consulado dos EUA em São Paulo. Depois do encontro, vários seguiram para uma casa de prazeres eróticos na Avenida Bandeirantes, nas imediações do aeroporto de Congonhas.

Em Português trôpego, o tal “gringo” teria falado mais sobre o presidente venezuelano Chavez do que sobre o plano para apear Lula do poder. A frase paradigmática de FHC neste dia teria sido: “É preciso paciência para desequilibrar, aos poucos; arrancar cada dedinho do pé do sátiro”. Alguns bateram palmas para aplaudir a frase mal construída, mas que definia o projeto de ação do grupo, que FHC (pretendendo-se galhofeiro) preferiu chamar de “célula Sorbonne”. Aliás, quando regado a bom vinho, o ex-presidente adora atribuir apelidos a seus desafetos: José Sarney é o “Morsa”, Itamar é o “Costinha” e Ciro Gomes é o “Parasita”.

Decidiu-se que tanques e canhões seriam substituídos por papel impresso e telas iluminadas. Poderosos senhores da comunicação foram chamados a integrar o grupo. Nessa época, o setor já vivia uma grave crise, com empresas atoladas em dívidas com bancos, à beira da insolvência. Os que não haviam se arrumado com o novo governo, tinham a chance de receber polpudas contribuições de apoiadores externos. Os aliados de primeira hora foram Roberto Civita, da Editora Abril, e a chamada banda podre da família Mesquita, os descendentes de Ruy Mesquita.

O falido e o ladrão doméstico

A idéia era destacar o clã Mesquita para uma luta prévia, destinada a desacreditar a prefeita Marta Suplicy. Os jornais da casa deveriam criar “pautas” para que o resto da imprensa corroesse a popularidade da prefeita. O projeto era fincar a bandeira do Grupo Rio em São Paulo a partir da eleição de José Serra.

Civita teria como incumbência fomentar uma ação nacional por meio da revista Veja. Civita e FHC mantêm antiga amizade. O grupo do ex-presidente ajudou a criar o modelo de ideologia que é propagada pela revista, uma colorida e didática cartilha neoliberal. Civita é conhecido por sua língua afiada e descontrolada. Certa vez, numa reunião com executivos do grupo, chamou Pelé de “negrinho do pastoreio”. Em outra ocasião, disse que a ex-ministra Erundina era “uma gabirua que fedia a merda”.

As histórias de Veja misturam roteiros de filmes sobre a Máfia com bizarrias hard-core. Durante muitos anos, o feitor de Civita em Veja foi o truculento Eduardo Oinegue Faro, uma espécie de Jason Blair brasileiro, capaz de “fazer (ou inventar) qualquer negócio”, seja para vender revista ou para destruir uma personalidade pública. Exagerado em suas doses, Oinegue foi transferido para a revista Exame. Há poucos meses, o “padrinho Civita” sofreu ao saber que seu pupilo o estava roubando, exatamente conforme nos roteiros dos filmes sobre a Cosa Nostra. Oinegue Faro estava embolsando mais de um milhão de Reais em negócios inescrupulosos com um lobista. Triste fim para uma história de confiança na “famiglia”.

O jornalista que tinha um “pepino” a resolver

O redator-chefe de Veja é outro protagonista de casos escabrosos. Depressivo crônico, tem fixação doentia pelo tema solidão. Vítima de impulsos suicidas, julga-se inferior e não devidamente reconhecido. Parte de sua conduta patológica gerou um livro interessante e revelador: o Antinarciso. Certa manhã, a secretária de Veja recebeu um telefonema insólito de Sabino, que estava num hotel fubango no centro de São Paulo. A dedicada funcionária teve de se desdobrar para encontrar um proctologista do hospital Albert Einstein. Foram três horas de angústia até que o especialista chegasse ao quarto 62. Quem quiser, pode checar. Mais uma eternidade até que o enorme pepino pudesse ser extraído do reto do jornalista.

Assassino pago em ouro

No caso do Grupo Estado, é de se admirar que a família tenha recorrido aos serviços de consultoria de um ex-funcionário para desenvolver seu plano de ação. O escolhido foi Antonio Marcos Pimenta Neves, ex-chefão do jornal O Estado, amante rejeitado que, em 2000, assassinou a ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide. Por quê? Porque Pimenta Neves sempre manteve uma relação de amizade com Fernando Henrique Cardoso. Aliás, o crime aconteceu exatamente em Ibiúna, município a 70 quilômetros de São Paulo, onde o ex-presidente tem uma de suas casas de campo.

Violador de crianças

Entre os articuladores políticos do golpe, a liderança da tropa de choque coube ao senador amazonense Arthur Virgílio, um homem que se confessa atraído pelo submundo. Virgílio é um alegre freqüentador de bordéis e tem queda por “carnes novas”. O líder do PSDB foi o carrasco da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Graças a sua dedicada (e desesperada) atuação, o vice-governador do Amazonas, Omar Aziz (PFL), escapou da Justiça.

Os relatórios da comissão mostravam que Aziz era também cliente de uma rede de prostituição envolvendo adolescentes de até 16 anos. Em Manaus, o comparsa de Virgílio participava de um esquema de aliciamento de menores com a conhecida cafetina Cris. Os depoimentos da CPI traziam o depoimento de uma mãe que comprovava a exploração sexual de sua filha de 14 anos. Na época, Virgílio tentou negar que também tivesse presenteado a menina com jóias e dinheiro.

Espancador de mulheres

No Grupo do Rio, a alta intelectualidade está representada também por José Arthur Gianotti, uma espécie de Maquiavel tupinambá, cuja função é fornecer ao amigo FHC pílulas filosóficas que previnam contra eventuais crises de consciência. Gianotti é o homem das éticas relativas, o dourador de fins que justifiquem qualquer meio ignominioso de busca do poder. Homem de estresses e ego inflado, é daqueles que não admitem refutações, características conhecidas de seus “colegas” de Universidade de São Paulo. Anos atrás, durante um debate com a esposa, irritou-se e a espancou. A mulher acabou perdendo parcialmente a audição de um ouvido. De suas histórias escabrosas, esta é a que mais se ouve nos corredores da USP.

Favores sexuais garantem promoção

Vale dizer que o Grupo do Rio ganhou um poderoso membro, antes relutante. Trata-se do new-brain-playboy Otávio Frias Filho, um homem amargurado porque é visto como um “riquinho” e não como o intelectual vanguardista que julga ser. Nas últimas semanas, foi incumbido de gerar uma bomba. Depois de muito raciocinar, resolveu requentar uma denúncia publicada meses atrás pelo Jornal do Brasil. A reportagem precisava ser muito bem conduzida, a fim de que as frases certas fossem arrancadas do Sr. Roberto Jefferson. Dois jornalistas da Folha recusaram o serviço sujo.

Então, Frias Filho resolveu recorrer ao comércio doméstico. A repórter Renata Lo Prete (conhecida como Renatardada por alguns colegas) ganhou várias promoções às custas dos especializados serviços sexuais prestados a Frias Filho. Assim, a “namoradinha do chefe” subiu na carreira, apesar de suas evidentes limitações intelectuais. Lo Prete foi fiel a seus princípios e produziu o petardo contra o governo.

Cuspindo o filho bastardo

O Grupo Rio é, pelo menos, coerente. Reúne a malta brasileira em seu estado mais puro, pessoas de “bem” com a vida, endinheiradas e sem culpa. O guru Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, não se lamenta de expulsar para o exílio seu filho bastardo, resultado de uma relação adúltera com a jornalista Miriam Dutra. “Ela cheirava a cavala, e não resisti”, confessou certa vez a um amigo.

Logicamente, quase tudo que é relatado neste texto é de conhecimento da imprensa brasileira. No entanto, os escândalos da era FHC foram sempre devidamente varridos para debaixo do tapete. As denúncias de fraudes do caso Sivam foram abafadas pelo governo e pelos barões da imprensa. O mesmo ocorreu com os casos de suborno contidos na chamada Pasta Rosa. O então Procurador-Geral, Geraldo Brindeiro, recorreu ao jeitinho brasileiro para engavetar as denúncias. Agora, o que mais espanta foi a complacência da imprensa com a compra de votos para a mudança da Constituição que permitiu a reeleição de FHC. João Maia e Ronivon Santiago, Zila Bezerra, Osmir Lima e Chicão Brígido eram apenas a ponta do iceberg de um gigantesco sistema de corrupção gerenciado pelo PSDB.


Como sempre, a imprensa diminuiu a importância dos fatos, na mesma medida em que exagera qualquer irregularidade no governo Lula.

Como comprar um jornalista a preço de banana

Em todas essas ações, a CIA deu total apoio a seus parceiros do governo tucano (o governo do Apagão), inclusive com municiamento financeiro. Jornalistas e políticos foram comprados em verdadeiras operações de guerra, numa reedição das PP e Kukage, nas quais as ações jamais são atribuídas ao governo norte-americano, mas a outros grupos ou instituições. Muitas dessas ações são tão escancaradas que não exigem qualquer sigilo, conforme admite o ex-chefe do FBI no Brasil, Carlos Costa, em suas entrevistas a Carta Capital. As sedes do poder, em Brasília, estão grampeadas e os Estados Unidos monitoram o Brasil 24 por dia.

Um bilhete deixado na mesa de reunião do Grupo Rio estampava uma lista de formadores de opinião que deveriam ser convencidos a receber “suporte” do grupo externo. Alguns dos 31 (sobre) nomes eram: Rodrigues, Noblat, Gancia, Carmo, Fibe, Nunes, Alencar, Casoy, Marques, Schwartsman e Cony. A base para as ações de flerte seriam fornecidas pelos senhores Mac-Laughlin , Wilkinson e Rohter.

A farsa de Maurício Marinho

Nem o mais ingênuo dos corruptos recebe pagamentos em sua sala de trabalho, em bolos semelhantes àqueles manuseados por donos de postos de gasolina. Maurício Marinho, que é esperto demais, vendeu-se como ator e não como facilitador. Afinal, a “bola” é pequena demais para quem corre tanto risco.

Depois que a poeira baixar, MM certamente vai desfrutar de seu verdadeiro butim. Quem vê a fita com atenção, percebe que os atores estão mal treinados.

Assassinato de Luis Eduardo Magalhães: o primeiro golpe de Estado do Grupo Rio – 1998

O Grupo Rio não estava oficialmente constituído naquela época, mas seu núcleo duro já existia. À época, estava morrendo o velho “Serjão”, gerente de todo o sistema de corrupção e coleta de propinas do PSDB. Simultaneamente, uma nova estrela despontava no firmamento político: Luís Eduardo Magalhães. Segundo os analistas do governo, LEM tendia a se tornar um candidato imbatível nas eleições presidenciais. Além disso, o deputado confessara a amigos que no momento certo desbarataria a quadrilha que disseminava a corrupção por Brasília.

Morto “Serjão”, temeu-se que LEM desencadeasse uma pronta ação de limpeza no legislativo. Nesse momento, a articulação entre o governo e seus parceiros externos mostrou-se eficaz. A “inoculação” teria ocorrido, morbidamente, durante os serviços fúnebres do corruptor-mor. Os requintes da operação incluíram a prescrição de uma dose que permitisse a morte num 21 de Abril. A sofisticação simbólica tinha um motivo: uma assinatura sinistra. O serviço de assassinato encomendado a Newton Cruz por Maluf, em 1985, fora repassado a outro grupo. Tancredo Neves, assassinado, viria a morrer também num 21 de abril.

Uma semana depois da morte de Magalhães, um repórter de Veja em Brasília encontrou-se sigilosamente com um médico do Hospital Santa Lucia. O profissional admitiu que substâncias estranhas tinham sido encontradas no corpo do deputado. Depois de quinze dias, um laboratório do Rio de Janeiro analisou uma amostra enviada pela sucursal da revista. Sabe-se hoje que se tratava de um tipo de TCDD, um tetraclorodibenzeno-p-dioxina (Tetrachlorodibenzo-p-dioxin).

Esse veneno foi desenvolvido pelos russos, tempos atrás, e a divulgação de sua fórmula faz parte dos acordos de cooperação entre a CIA e os serviços de informação que sobraram da antiga KGB. Os espiões conhecem o produto como resultado das pesquisas do Laboratory N. 12. Variações da fórmula mataram Wolfgang Salus, em 1957, e Lev Rebet, também naquele ano. A chamada Kamera produziu também a arma química indetectável que matou Georgi Markov, em 1978. Boa parte dos segredos foi passada aos americanos por Oleg Kalugin, ex-KGB, que hoje vive nos Estados Unidos.

Um repórter e um editor de Veja levantaram a maior parte dos fatos e preparavam uma edição-bomba para o final de maio. Roberto Civita mandou engavetar a reportagem, segundo se sabe, a pedido de seus amigos no Palácio do Planalto.

Nos anos seguintes, a maior parte das pessoas que tiveram contato com LEM na UTI foram afastadas do Hospital Santa Lucia. Todos os fatos são facilmente comprováveis. Vale como pauta para os jornalistas de verdade.

· Vale ressaltar que por motivos incertos, o Grupo Rio jamais contou com o apoio das Organizações Globo.
· Agradecemos o apoio anônimo de um empresário gaúcho e de um político, sem os quais seria impossível a produção deste texto.

Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador, com colaboradores.
JIBRA – Jornalistas Independentes do Brasil - LONDON UK

http://lists.indymedia.org/pipermail/cmi-ssa/2005-June/0607-mm.html

sábado, 10 de maio de 2008

Marconi Perillo PSDB roubava para fazer caixa de campanha


Marconi está na área

O governador de Goiás se coloca como opção tucana à sucessão de Lula e cobra do PSDB um projeto nacional de desenvolvimento

Ronald Freitas


O governador de Goiás, Marconi Perillo, tem a exata noção de seu lugar na fila de candidatos do PSDBà sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). ''Sei que hierarquicamente temos outras figuras no partido de grande relevo e de Estados mais expressivos'', reconhece. Mesmo assim, vislumbra a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2006, caso a aprovação ao governo do presidente permaneça em alta. Nesse cenário, há entre alguns tucanos a noção de que seria melhor perder as eleições com Marconi do que com uma estrela do porte do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Para Marconi, a simples candidatura a presidente já seria um gol. Além dos bons indicadores econômicos de Goiás - o PIBsaltou de US$17 bilhões em 1998 para US$40 bilhões em 2004 e o volume de exportações quadruplicou - o governador aposta em sua experiência em vitórias improváveis. Em 1998, ele derrotou o até então imbatível Íris Rezende (PMDB) na disputa pelo governo goiano. Tinha apenas 2% nas pesquisas de intenção de voto quando comprou a briga com o adversário, que liderava a corrida com 70%. Na semana passada, o governador recebeu ÉPOCA em seu gabinete para a entrevista a seguir.

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